
O Papa Francisco
recebeu em audiência, nesta sexta-feira (21/09), na Sala do Consistório, no
Vaticano, os sacerdotes e membros da Cúria da Arquidiocese de Valência, na
Espanha.
“Valência, terra de santos,
este ano celebra o jubileu de um deles, São Vicente Ferrer, que trabalhou e
lutou com todas as suas forças pela unidade na comunidade eclesial”, frisou o
Pontífice.
Segundo o
Papa, este santo propõe aos sacerdotes três meios fundamentais para
conservar a amizade e a união com Jesus Cristo: o primeiro é
a oração como alimento de todo sacerdote.
Rezar é a primeira tarefa do bispo e do sacerdote
“O sacerdote é homem
de oração. Um sacerdote sem vida de oração não vai muito longe. O povo fiel tem
bom olfato e percebe se seu pastor reza e se relaciona com Deus. Rezar é a
primeira tarefa do bispo e do sacerdote. Dessa relação de amizade com Deus se
recebe a força e a luz necessária para enfrentar todo apostolado e missão, pois
aquele que foi chamado vai se identificando cada vez mais com os sentimentos do
Senhor e suas palavras e ações adquirem o sabor puro do amor de Deus”,
sublinhou Francisco.
Para o Santo Padre,
“a vida interior do sacerdote repercute em toda a Igreja, começando por seus
fiéis. Precisamos da graça para seguir no caminho e percorrê-lo com aqueles que
nos foram confiados. O sacerdote, assim como o bispo, vai adiante de seu povo,
mas também no meio e atrás, onde for necessário, sempre com a oração.”
Testemunhas no mundo
O segundo aspecto
fundamental para conservar a amizade e a união com Jesus Cristo é a obediência à vocação da pregação do Evangelho a toda criatura.
“O Senhor nos chama
ao sacerdócio para ser suas testemunhas no mundo, para transmitir a alegria do
Evangelho a todas as pessoas. Esta é a razão do nosso existir. Não somos
proprietários da Boa Nova, nem empresários do divino, somos custódios e
dispensadores do que Deus nos confia através de sua Igreja. Isto supõe uma
grande responsabilidade, pois comporta preparação e atualização do que foi
aprendido e assumido. São necessários o estudo e o confronto com outros
sacerdotes para enfrentar os momentos que estamos vivendo e as realidades que
nos questionam.”
Para Francisco, “a
formação permanente é uma realidade que deve ser aprofundada e tomar corpo no
presbitério. Sempre digo aos bispos para ouvir e serem acessíveis aos seus
sacerdotes, pois eles são seus colaboradores imediatos, e junto com eles os
demais membros da Igreja, pois a barca da Igreja não é de um, nem de uns
poucos, mas de todos os batizados e precisa também do entusiasmo dos jovens e
da sabedoria dos idosos para ir mar afora”.
O sacerdote é livre enquanto está unido a Cristo
O terceiro aspecto é
a liberdade em Cristo a fim de beber o cálice do Senhor em qualquer
circunstância.
“O sacerdote é livre
enquanto está unido a Cristo, e dele obtém a força para ir ao encontro dos
demais. “Somos chamados a sair e testemunhar a todos a ternura de Deus, também
nas atividades e tarefas da cúria, com atitude de saída, ir ao encontro do
irmão.”
Acolhimento dos migrantes
O Papa agradeceu aos sacerdotes pelo que fazem na Arquidiocese de
Valência em favor dos necessitados, e “pela generosidade e
grandeza de coração no acolhimento dos migrantes. Eles encontram em vocês uma
mão amiga e também proximidade e amor.”
O Papa agradeceu aos sacerdotes pelo exemplo e testemunho que dão,
“muitas vezes com escassez de meios e ajuda, mas sempre com o preço mais alto,
que não é o reconhecimento dos poderosos nem da opinião pública, mas o sorriso
de gratidão no rosto de tantas pessoas às quais” eles “devolveram a esperança”.
“Continuem levando a presença de Deus às pessoas que dela precisam.
Este é um dos desafios do sacerdote hoje”, concluiu.